segunda-feira, 25 de abril de 2011

Laços de Família - Clarice Lispector

  Laços de Família é um dos contos da escritora brasileira Clarice Lispector, com edição em 1960. O livro traz 13 contos: Devaneio e embriaguez duma rapariga, Amor, Uma galinha, A imitação da rosa, Feliz aniversário, A menor mulher do mundo, O jantar, Preciosidade, Os laços de família, Começos de uma fortuna, Mistério em São Cristóvão, O crime do professor de matemática, O búfalo.

Um pedacinho do livro

   Amor - Ana, uma mulher casada, pacata e mãe de dois filhos, tinha uma vida doméstica muito calma, donde cuidava dos seus com o esmero e amor típicos de uma pessoa fraterna e sensível, como uma maneira de ocupar o tempo e fugir de si mesma. Nota-se, pois, que não está feliz. Numa tarde, enquanto todos estavam ausentes, resolve fazer compras. No caminho de volta, no bonde, uma cena inusitada ocorre: vê um cego mascando chiclete. Esse ato maquinal feito na escuridão talvez possa ser comparado ao estilo de vida da protagonista. Com certeza, foi um detonador de desequilíbrio na existência insossa da personagem, o que fica simbolizado no tranco que o bonde dá, provocando a queda de suas compras. Tão atrapalhada a personagem fica, que desce no ponto errado. Dirige-se ao Jardim Botânico. É o momento e o lugar de sua epifânia. Diante das árvores, sua emoção é muito grande. Esses vegetais davam frutos, mas também eram sugados por parasitas, o que lhe deu um incômodo nojo (seria uma metáfora de sua condição feminina?). Perde tanto a noção do tempo que, quando se lembra de que tinha uma família para cuidar, descobre que o parque estava fechado com ela dentro. Enquanto se esforça para encontrar alguém que lhe permitisse a saída, realiza uma inversão de valores. Se antes achava anormal, loucura um cego mascando chiclete, agora é o seu próprio estilo de vida, de dona de casa, mergulhado em rotinas domésticas, que se torna uma loucura. Consegue voltar, dedicando-se ao seu marido e aos seus filhos. Ama-os, mas agora de uma forma incomodante; ama-os sentindo até nojo.


Reflexão sobre o livro

   A maioria dos protagonistas do conto são pessoas comuns abaladas por uma manifestação de emoções durante suas atividades do cotidiano. O livro parece refletir as experiências da própria autora na época. Como o próprio título sugere, as personagens de Laços de Família são na sua maioria donas de casa lutando para balancear as exigências do casamento e da família com uma vida menos controlável e selvagem.

Ao meu ver - Kariny Martins

 É interessante o tema do livro que traz todo sentido. "Laços de família", são os laços posto pelas próprias famílias no dia-a-dia, como as obrigações, as tarefas, o peso de ser mãe de família ou até mesmo o pai, porque a escritora mostra mais o lado das mulheres. O tédio que as pessoas sentem por levarem uma vida monótona de sempre fazerem as mesmas coisas e ficarem presas no seu mundo, na verdade esquecendo de conhecer o outro lado do seu mundo que é viver. Então, confesso que gostei muito das partes que li do livro, porque gostei da forma como a escritora colocou sua visão feminista e seus sentimentos feministas, e de como as vezes não enxergamos como o dia passou, e o que fizemos? Nada.


Kariny Martins, n° 19


Resenha do livro `Dona Flor e Seus Dois Maridos` de Jorge Amado

 D. Flor e seus dois maridos (1967), permanece um romance atual e lido com prazer, pois reúne dois dos temas caros ao leitor: a boa mesa e a boa cama. Florípedes, a D. Flor do título, professora de culinária da escola Sabor & Arte (que se transforma malandramente no trocadilho saborear-te) perde seu marido Vadinho, malandro incorrigível, em pleno domingo de Carnaval. De luto fechado, recorda os altos e baixos desse relacionamento - que o leitor vai conhecendo em feedback. Mas, como ainda é jovem e bonita, desperta a atenção do corretíssimo farmacêutico Teodoro, com quem se casa. As diferenças entre os maridos são gritantes: se com Vadinho tudo era "louca vadiação", com Teodoro o sexo é regular e bem comportado; se com Vadinho o que sentia era emoção e insegurança, com Teodoro a solidez traz uma ponta melancólica de tédio. Até que o fantasma de Vadinho se intromete na cama de D.Flor e de Teodoro. Fantasia, saudades, o romance não parece procurar respostas excludentes. Ao contrário, D. Flor é um livro que resolve, ou dissolve, o impasse do triângulo amoroso na possibilidade ambígua e inclusiva de dois amores para a desmedida do desejo humano. Numa leitura mais sociológica, a história de D.Flor aponta para o caráter complexo e contraditório da cultura nacional. Assim surge das páginas de Jorge Amado um Brasil rico em aspectos divergentes: país da abundância (as receitas baianas são um atrativo à parte) e da falta (a população pobre das ruas da Bahia), do erotismo desataviado, mas também do preconceito e da hipocrisia, país da cordialidade e da crueldade, da ordem e da desordem. 



Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.
Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.
Amado foi superado, em número de vendas, apenas por Paulo Coelho mas, em seu estilo - o romance ficcional -, não há paralelo no Brasil. Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões, o Nobel da língua portuguesa.


Karine Souza Bastos nº 18

VIDAS SECAS- ESCRITO POR Graciliano Ramos


A HISTÓRIA INICIOU-SE EM 1940 COM UMA FAMÍLIA POBRE DO SERTÃO NORDESTINO EM BUSCA DE UM LUGAR PARA SOBREVIVER. O CHEFE DA FAMÍLIA FABIANO, SUA MULHER VITÓRIA, SEUS DOIS FILHOS E O CACHORRO BALEIA ENCONTRAM-SE EM UMA CASA PARA PASSAREM A NOITE. JÁ QUE ELA ESTAVA ABONDONADA. DEREPENTE CHEGA O DONO DA FAZENDA E COMEÇA A EXPULSAR A FAMÍLIA DO LUGAR. FABIANO EMPLORA TRABALHO E ACABA FICANDO NA FAZENDA PARA TRABALHAR.
UM ANO DEPOIS FABIANO, JÁ ERA EMPREGADO DA FAZENDA ELE CUIDAVA DOS ANIMAIS COMO VAQUEIRO, PORÉM NÃO RECEBIA UM SÁLARIO SUFICIENTE. MAS AO RECLAMAR COM O PATRÃO TEVE QUE SE CALAR, POIS SABIA QUE ESSE TAL AUMENTO NÃO PODERIA SER REALIZADO.
COM UMA RAIVA EM SEU PEITO PELO SEU PATRÃO ESTA LHE ROUBANDO O ÚNICO SÁLARIO RESOLVE IR EMBORA COM A SUA ESPOSA E SEUS DOIS FILHOS; O CACHORRINHO POR ESTAR DOENTE POR CAUSA DO SERTÃO É MORTO PELO SEU DONO, PARA QUE O TAL NÃO MAIS SOFRECE.
E ESSA É A REALIDADE DE MUITAS PESSOAS, FICAM VAGANDO PELOS ESTADOS, CIDADES PARA CONCEGUER UM BOM REQUIRIMENTO; E A POBREZA NEM SEMPRE AJUDA, SIMPLESMENTE DEIXA COM QUE MUITOS DE NÓS DESISTEMOS DA NOSSA PRÓPRIA VIDA. ESSA É UMA DAS HISTÓRIAS QUE NO DIA DE HOJE É RETRATADA

JÉSSICA CAROLINE

Raviny Lopes: Resenha do livro 'Macunaíma' de Mário de Andrade:



        Mário de Andrade publicou macunaíma, o herói sem nenhum caráter em 1838. Por falta de editora, a tiragem do romance foi de oitocentos exemplares, mas o livro foi festejado pela crítica modernista por sua invocação narrativa e de linguagem. Poeta contista, romancista, cronista e crítico de arte, o escritor iniciou sua carreira em 1917.
        As margens do rio Uraricoera, na floresta amazônica, nasceu Macunaíma, um índio negro da tribo dos Tapanhumas. Desde cedo o "herói da nossa gente" se mostrou diferente dos outros heróis: preguiçoso, egoísta, safado, inteligente, capaz de exercerinfluência sobre todos a sua volta. A história de macunaíma começa quando ele perde seu muraquitã, um amuleto de pedra que havia ganhado de Ci, a mãe do mato. Acompanhado de seus irmãos Moanape e Jiquê, o herói viaja para o Sul atrás do amuleto que estava em poder do fazendeiro peruano Venceslau. Encantado com a civilização Macunaíma ele se vê dividido entre seu reino e São Paulo.
       O livro é composto por dezessete capítulos. . Recorrendo a leitura deste livro, ele retrata de uma parte da história do Brasil, da viagem de macunaíma por algumas regiões do "heroísmo"; das aventuras, das grandes travessuras do negrinho do mato.
      Macunaíma foi escrito por Mário de Andrade em 1938, que foi poeta, cronista, romancista. O escritor iniciou sua carreira  em 1917 com o livro "Há uma gota de sangue em cada poema".

Raviny Lopes, n°24 - turma 3006

domingo, 24 de abril de 2011

Resenha - Laços de Família - Clarice Lispector

Laços de Família – Clarice Lispector


Coletânea de contos

i. Devaneio e embriaguez duma rapariga

ii. Amor

iii. Uma galinha

iv. A imitação da rosa

v. Feliz aniversário

vi. A menor mulher do mundo

vii. O jantar

viii. Preciosidade

ix. Os laços de família

x. Começos de uma fortuna

xi. Mistério em São Cristóvão

xii. O crime do professor de matemática

xiii. O búfalo

Clarice Lispector (1925-1977) foi uma das mais importantes contista, cronista e romancista da literatura brasileira. Nasceu na atual Ucrânia e mudou-se para o Brasil ainda criança. Aos 12 anos saiu do Recife para morar no Rio de Janeiro e cursar o secundário. Mas sua história com a escrita começou muito antes: com sete anos já mandava contos para o seminário infantil, porém, sempre eram recusados. Foi ainda estudante que escreveu seu primeiro romance, que recebeu o título Perto do Coração Selvagem.

Lispector tem uma prosa introspectiva e intimista. Seu principal interesse não está no desenvolvimento do enredo em si, mas sim no impacto que as situações inesperadas causam no interior das personagens.

O livro “Laços de Família”, coletânea de 13 contos da autora, é um bom exemplo dessa característica. Cada capítulo apresenta um conto onde as personagens são sempre surpreendidas por situações que abalam suas rotinas. Através do dia- a- dia de uma dona de casa ela trata da solidão, da morte e da falta de comunicação entre as pessoas (“Devaneio e embriaguez duma rapariga”, “O Amor”, “A Imitação da Rosa”); a festa de 89 anos de uma matriarca serve como pano de fundo para uma tragédia familiar (“Feliz Aniversário”); a natureza mais selvagem da mulher, muitas vezes reprimida, é retratada nos contos “Preciosidade” e “O Búfalo”; o abandono e a morte de um animal servem para analisar a crise de consciência de um comum professor de matemática.

As histórias das personagens criadas por Clarice Lispector nos servem como uma lição, pois são personagens comuns que se vêem em situações que qualquer pessoa viveu, vive ou poderá viver. São histórias que todos deveríamos ler, porque em algum momento de nossas vidas essas personagens serão como nosso reflexo no espelho.




Raissa Magna Alves nº.: 23 Turma:3006

Perfil - Raissa


Olá, meu nome é Raissa, tenho 17 anos, sou filha única e a noiva do Angello. Acredito em Deus e confio que cada passo que dou é porque Ele permite que seja assim.


Estou no CEWO desde o 1º ano e, no início, estudava à tarde.

No período da tarde a escola é diferente, depois de certa hora, fica triste.

No 2º ano entrei em minha turma atual, bem divertida e por mais que cada um tenha seu grupo, no final, todos são bem unidos.

Sou uma pessoa bastante extrovertida, sincera, amiga e bem otimista. Penso que tudo pode ser possível quando temos fé. Para mim, só vive realmente a vida quem realiza pelo menos um sonho.

Por ser uma pessoa bem positiva, gosto de estar ao lado de pessoas bem alto astral, que crêem que seus sonhos vão se realizar, mesmo que tudo seja contrário.

Sou Flamenguista doente, apaixonada por música, animais e principalmente pela minha cachorra Mel, amo incondicionalmente minha família e meu Angello.

“Procuro viver intensamente cada momento de minha vida.”



Fim!

Amanda moraes: Resenha do livro ´A maçã no escuro` de Clarisse Lispector.

                                   


 O livro a ´maçã no escuro` de Clarice Lispector, me emocionou muito porque Clarice Lispector faz crer que sim, transformando o atordoado Martim em um novo homem após ter supostamente assassinado a mulher. Fugindo do crime, Martim acaba descobrindo-se como homem, desprezando os antigos valores estabelecidos em sua vida. Na corrida por uma nova existência, ele se revela numa outra condição.

Sua fuga, em vez de isolá-lo, remonta à criação do homem, de um novo ser surgido do nada. A narrativa, próxima da criação bíblica, em vez de julgar os personagens culpados ou inocentes, faz deles aprendizes do mundo, onde cada etapa funciona como uma gênese de um ser recém-criado.

Mas é a natureza, com a qual Martim passa a conviver de forma mais acentuada ao chegar à fazenda de Vitória, que se transforma em pano de fundo da diferenciação e da combinação entre o homem e o animal, das atitudes racionais contra os atos impensados. No contato com a dona da fazenda, sua prima viúva Ermelinda e a cozinheira mulata, Martim se envolve não numa relação de antítese entre homem e mulher, mas na descoberta de pessoas complementares e ambíguas, dominantes e dominadas que invertem seus papéis a todo momento.

Clarice Lispector coloca-se na narrativa como um espectador capaz de alterar os destinos dos personagens. Agindo como um Deus, a autora muitas vezes abandona as características próprias de cada um deles para fazer uma descrição própria de seus papéis na história maior contada no livro: a vida, a criação, a dor e o prazer de ser. E se por um lado o leitor fiel de Clarice pode estranhar que a figura principal deste livro seja um homem - é Martim, o herói-vilão, estopim de mudanças em si e nos outros -, ao mesmo tempo acabará identificando nele uma característica comum aos protagonistas da autora: um profundo mergulho em seus próprios valores, a visão ensimesmada da existência, que os aproxima e os iguala em grau, sofrimento e gozo a qualquer pessoa.

Os três capítulos que formam A Maçã no Escuro, escrito de 1951 a 1961, quando foi publicado, mostram de forma gradativa o pecado, ato impensado, e a redenção, o surgimento de um outro, como elementos primordiais de evolução do ser. A análise profunda que Clarice impõe nada mais é que o exercício do pensamento: o diferencial do homem, que mata, morre e ressuscita, ressurgido a cada momento.


Biografia Clarice Lispector

Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.

Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).

Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo.

Escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinqüenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".

    Obras de Clarisse Lispector:

      Romance

      Conto

      Crônica

      Entrevistas

      Literatura infantil

      Obras póstumas

Coletâneas de contos, crônicas ou entrevistas organizadas e publicadas postumamente


                                                        Amanda Moraes; número: 01; turma: 3006

Marselle Veiga: Resenha do livro 'Caminhos Cruzados' de Érico Veríssimo:

Caminhos Cruzados, de Érico Veríssimo é uma obra que me surpreendeu. A história não tem personagens centrais, não tem heróis nem mocinhas. É uma teia de histórias que se entrelaçam de uma maneira tão real, tão possível que até assusta.
Fica ao critério de leitor decidir qual história é central, se é a de Fernanda ou Chinita quem sabe, ou mesmo a de Janjoca, ou talvez de Cacilda? Acredito eu, que todos sejam os personagens principais. Certo apenas é que nos enveredamos por dramas reais e imaginários, vidas sofridas e vidas felizes.
Cada personagem se apresenta de maneira única, cada um deles é um universo dentro da tecitura criada pelo autor, mas todos eles se encontram interligados por estes caminhos cruzados.
As personagens são uma perfeita caricatura da sociedade Porto Alegrense ainda na época dos casarões do Moinhos de Vento, é fácil nos ansiarmos diante da demagogia hipócrita de Leitão Leiria e sua fervorosa esposa dona Dodô, sempre posando de bons cristãos, mas apenas dois espíritos? revestidos pelo simulacro da caridade e da benevolência. Ou então nos compadecermos da situação de João Benévolo, amante dos livros, desempregado, sem perspectivas e com mulher e filho.
Quem sabe a identificação venha com Fernanda, guria boa, pobre, que trabalha de sol a sol, cuida da mãe, do irmão e sonha com Noel, este moço que vive no mundo da fantasia, recebendo mesada do pai, ignorado pela mãe.
A miríade de personagens torna fácil se perder no meio de tantas nuances, de tão diversas personalidades e é isto que dá graça e corpo a esta história que não é só uma, mas múltiplas histórias de caminhos cruzados.

    Caminhos Cruzados é uma obra que envolve a desigualdade social, onde algumas pessoas possuem muitas posses e outros morrem de fome, onde por trás do qualificativo "caridade", os ricos cometem muitas injustiças, quando se faz o bem para ser reconhecido pela mídia, para agradar a igreja, tendo por fim outros interesses econômicos; assim fazem mais mal aos outros, disfarçadamente, não tomando consciência de suas existências miseráveis.
    A história do pobre que ao receber o dinheiro, esbanja-o em luxúrias para entrar no mundo dos ricos, não se importando com isso se sua família estaria caindo em perdição.
    A pobreza do desempregado que ouve os lamentos da mulher e do filho doente e mesmo assim vive a sonhar, a desgraça da doença que atinge outro núcleo familiar. Dentre os personagens existe o professor que se preocupa com suas teorias, tem o Honorato, gordo e rico comerciante e Virgínia, sua mulher que não aceita a vida que leva, só pensa em aventuras. Noel é filho de Honorato e Virgínia que foi criado em um mundo de sonhos, apaixonado por Fernanda sua amiga, desde os primórdios de sua infância.
    Também existe o leitão, o ricaço que prejudica uns para favorecer àqueles a quem tem recomendação; sua esposa alivia sua consciência dando esmolas e ajudando orfanatos. Sua filha tem certa inclinação amorosa pela amiga. Armênio, o estúpido cronista, vive rastejando atrás de mulheres maduras e só leva foras. Zé Maria é o caipira que ganhou na loteria e vive no desperdício de seu ganho, sua filha Chinita é amante de Salu, um play-boy. Maria Luísa, mãe de Chinita, vive desolada com as esnobações do marido.
    João Benívolo e Laurentina vivem na miséria, ela sem emprego e ela a chorar desoladamente, assim se fazem os caminhos cruzados.
Todas as personagens do romance "Caminhos Cruzados" cultivam, tímida ou abertamente, um sonho, um devaneio. No entanto, esse sonho sempre é massacrado impiedosamente pelas torpezas do mundo real: pelas mazelas humanas, pelas dificuldades financeiras, pelas mesquinharias cotidianas. E essa é a grande poesia do livro - a grande mensagem, a grande filosofia. Os nossos sonhos, por mais belos que sejam, não suportam a realidade contundente da sociedade que exige o máximo de nós.
Realidade. Essa é a filosofia do livro que li. Me apaixonei intensamente por cada personagem, e compreendi que nem sempre uma história necessita de um final feliz.
"A vida, prezado leitor, é uma sucessão de acontecimentos monótonos, repetidos e sem imprevisto. Por isto alguns homens de imaginação foram obrigados a inventar o romance."
(Professor Clarimundo)

- Biografia de Érico Veríssimo
             Érico nasceu em Cruz Alta, região serrana do Rio Grande do Sul. Estudou em Porto Alegre. Pretendia estudar no exterior, mas os problemas econômicos da família o impediram. De volta a Cruz Alta tornou-se sócio-proprietário de uma farmácia, que mais tarde faliu. Por volta de 1930, retornou a Porto Alegre e foi trabalhar na Editora Globo, onde secretariou uma revista, traduziu e editou livros importantes da literatura univeral. Em 1932, estreou com um volume de contos. Fantoches, e com o tremendo marco editorial de Olhai os Lírios do Campo tornou-se paulatinamente um escritor profissional, vivendo dos seus direitos autorais. Durante três décadas foi, juntamente com Jorge Amado, o escritor mais popular do Brasil. Na década de 40, lecionou literatura brasileira nos Estados Unidos e, nos anos 50, trabalhou em um dos departamentos da Organização dos Estados Americanos. A primeira fase da obra de Veríssimo é composta por romances ambientados em Porto Alegre ou em pequenas cidades do interior do Estado.
Sua obra mais importante é O Tempo e o Vento, de onde foi extraído o texto que estudamos neste capítulo. Nela, o escritor conta a história do Rio Grande do Sul, através das várias gerações da família Terra Cambará, que participa de todos os acontecimentos históricos do Estado sulino.
Depois de concluir O Tempo e o Vento, Veríssimo continuou sua produção literária com o Senhor Embaixador, no qual, cria um país imaginário, chamado Sacramento. Nessa obra aborda os problemas da América Latina. Em seguida, escreveu O Prisioneiro, que trata da Guerra do Vietnam e é ambientado no sudoeste asiático. Sua última obra de ficção é Incidente em Antares, na qual realizou interessantes experiências com o realismo fantástico.

- Obras: 
• Romance: Clarissa (1933); Música ao Longe (1935); Caminhos Cruzados (1935); Um Lugar ao Sol (1936); Olhai os Lírios do Campo (1938); Saga (1940); O Resto é Silêncio (1943); O Tempo e o Vento: O Continente (1949); O Tempo e o Vento: O Retrato (1951); O Tempo e o Vento: O Arquipélago (1961); O Senhor Embaixador (1965); O Prisioneiro (1967); Incidente em Antares (1971).
• Contos: Fantoches (1932); As Mãos de Meu Filho (1942).
• Novela: Noite (1954).
• Memórias: Solo de Clarineta, volume I (1973); Solo de Clarineta, volume 11 (1976).

Marselle Veiga, n°21 - 3° ano, turma 3006

sábado, 23 de abril de 2011

Menino de Engenho---------Caroline dos Santos Dias

O livro Menino de Engenho surgiu em 1932,com a autoria de José Lins do Rego, pertecente da era modernista.
O livro retrata a realidade do interior paraibano, a vida nos engenhos, o efeito do meio sobre as pessoas. "Menino de Engenho" une o regionalismo,que é fiel aos engenhos paraibanos de açúcar, ao universalismo,que é o questionamento do homem sobre a existência; a angústia da vida.
"Menino de Engenho" compõe-se de quarenta capítulos breves, posssui oitenta páginas de leitura fácil e direta.
O livro relata a história de um menino, Carlinhos, que após sua mãe ser assassinada pelo seu pai, viaja para o engenho de açúcar do seu avô e lá passa a viver.Sua vida muda completamente e o meio onde está vivendo pesa muito na sua formação de sua personalidade. Convive com os negros, percebe a realidade das senzalas e todas as dificuldades existentes em um engenho de açúcar.
A tia de Carlinhos, Maria, se transforma em uma segunda mãe para o garoto, porém passam-se os anos e com o recente casamento, ela vai embora do engenho com o marido,o que faz o garoto se sentir cada vez mais solitário e angustiado, sua asma piora e desenvolve um sexualismo desproporcional a sua idade.Carlinhos começa a se relacionar com as negras da senzala e contrai gonorreia, mais um motivo para seu desespero.
As lembranças de seu pai assassino e do sanatório para onde fora levado despertam no menino um grande medo de ficar louco também.
Enfim chega o momento do menino ir para o colégio interno, o que faz ele ficar mais angustiado, agora com as lembranças melancólicas do engenho onde ele crescera e se formara.
Pode haver pessoas que não gostem da leitura, pois o livro é bastante fiél aos acontecimentos nos engenhos. Podem considerá-lo grosseiro, mas o livro é feito praticamente de memórias de meninos de engenho.
O outor José Lins do Rego nasceu em 1901, no Engenho Corredor, no estado da Paraiba. Seu avô era senhor de engenho. O autor morre em 1957.

Caroline dos Santos Dias

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Resenha: Perto do Coração Selvagem - Clarice Lispector


Em  Perto do Coração Selvagem , Joana expressa, por fluxos de consciência, sua vida interior, contrapondo suas experiências de menina às de adulta, mergulhando hora no passado, hora no presente. Durante a infância viveu ao lado do pai, a quem confiou, por meio de brincadeiras, suas incertezas infantis. Era sonhadora e provocava os adultos com suas questões e opiniões. Escrevia versos, tinha medo de dormir sozinha e sentia muita pena das galinhas. Para ela, elas nem sabiam que iam morrer. A mãe morreu quando ela ainda era muito pequena. A conhecia pelas descrições do pai. O pai morreu quando ela ainda era menina. Órfã, Joana vai morar com os tios. Logo nos primeiros dias de convívio, a severidade na casa se revela hipócrita, despertando-lhe uma visão repugnante daquilo que a esperaria no futuro; Eles fingem condoer-se da sua infelicidade. A relação entre sobrinha e tia é tensa, mas aceitável; a presença da menina a sufocava. Um dia ao acompanhar a tia às compras, como num teste para si mesma e causar espanto aos outros, Joana roubou um livro, fazendo com que a realidade de sua relação com aquela família viesse à tona. Desabonando esse tipo de conduta, a tia pediu ao marido que encaminhasse a menina a um colégio interno, onde as diferenças, entre Joana e o mundo que a cercava, iriam se acentuar. Nesse processo, surge um professor casado, que lhe dá ouvidos, aconselhando-a, na medida do possível. Ele torna-se seu amor. Desligada do internato, Joana casou-se com Otávio, que divagava tão intensamente quanto ela. Embora casado, mantinha um relacionamento amoroso com, Lídia, sua ex-noiva, a quem engravidou. Isso aparentemente seria a causa da separação entre Otávio e Joana, além da diferença de temperamentos, expectativa de vida e compreensão de mundo do casal. Joana, que sabia tudo sobre o relacionamento dos dois, abordou a situação naturalmente, sem escândalo ou drama passional. No entanto, no seu interior, esse fato lhe suscitava muitas reflexões, sendo uma delas o projeto de ter um filho com o marido, antes de devolvê-lo à rival. Isso não se realizou e Otávio partiu, deixando uma suposta promessa de volta no ar. Depois da separação, um homem desconhecido passou a seguir Joana, durante algum tempo. Um certo dia, ela se viu na casa desse estranho e, sem sequer saber-lhe o nome, desejando conhecê-lo por outras fontes e por outros caminhos, com ele teve alguns encontros. O desconhecido que, para ela, era mais um salto para sua auto-investigação, um dia, acabou partindo. Ela, também, embarcou sozinha para uma viagem não muito bem definida, dando a entender que, naquele momento, teria condições de se resgatar.

- Clarice Lispector 

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, de pais russos, no ano de 1925 e emigrou com a família para o Brasil no ano seguinte, nunca mais voltaria à pequena aldeia de Tchetchenillk em que nascera. Fixaram-se no Recife, onde a escritora passou a infância. Depois da morte de sua mãe, quanto tinha 12 anos, ela mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, já tendo esboçado seus primeiros contos.
Ingressou no curso de direito, formou-se e começou a colaborar em jornais cariocas. Em 1943 casou-se com um colega de faculdade e publicou, no ano seguinte ao de seu casamento, publicava seu primeiro livro, “Perto do coração selvagem” e, com apenas 19 anos de idade, pode assistir a enorme repercussão com o público e com a crítica de seu estilo, diferente de tudo o que se fizera até então. Sendo seu marido diplomata de carreira, Clarice viveu fora do Brasil por cerca de quinze anos, onde pôde dedicar-se exclusivamente a escrever. 
Depois de separar-se do marido, já de volta ao Brasil e morando no Rio de Janeiro soube que sofria de câncer generalizado. Morreu em dezembro de 1977, na véspera de seu aniversário, como uma das mais importantes vozes da literatura brasileira.

obras/romances:

Perto do coração selvagem (1944)
O Lustre (1946)
A cidade sitiada (1949)
A maçã no escuro (1961)
A paixão segundo G.H. (1964)
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres (1969)
A hora da estrela (1977) contosAlguns Contos (1952)
Laços de família (1960)
A Legião Estrangeira (1964 - inclui Os Desastres de Sofia - resumo)
Felicidade clandestina (1971) - (resumo dos contos: ''A Criada''; ''A Mensagem''; ''Encarnação Involuntária''; ''O Primeiro Beijo''; ''Uma História de Tanto Amor'')
A imitação da rosa (1973)
A via-crucis do corpo (1974)
Onde estivestes de noite (1974)
A bela e a fera (1979 ) crônicasVisão do esplendor (1975)
Para não esquecer (1978 )
Um sopro de vida (1978 )
A descoberta do mundo (1984) ficçãoÁgua viva (1973) entrevistaDe corpo inteiro (1975) livros infantisO mistério do coelhinho pensante (1967)
A mulher que matou os peixes (1969)
A vida íntima de Laura (1974)
Quase de verdade (1978)
Como nasceram as estrelas (1984)




  • Catiane de Jesus Morgado - Turma 3006
Catiane de Jesus Morgado, escorpiana, vascaína e alegre. Entrei no CEWO em 2009 e tenho certeza que é e sempre será uma fase importante na minha vida. Sou do tipo de aluna que conversa bastante, estuda um dia antes da prova... mas sei me impor. Sou feliz acima de tudo e tenho os melhores amigos do mundo.

RESENHA DO LIVRO : A DESCOBERTA DO MUNDO (CLARICE LISPECTOR)



RESENHA DO LIVRO : A DESCOBERTA DO MUNDO (CLARICE LISPECTOR)

•Sobre Clarice Lispector:

Clarice Lispector nasceu na Ucrânia, em 1920, na cidade de Tchetchelnik, vindo para o Brasil dois anos depois com os pais e mais duas irmãs. Primeiro fixaram residência em Maceió e depois em Recife, onde a escritora passou sua infância. Em 1930, Clarice perde a mãe e vem com o pai e as irmãs para o Rio de Janeiro, onde se forma em Direito e casa-se com o diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve Pedro e Paulo, seus filhos. Em 9 de dezembro de 1977 morre de câncer.

•Suas Obras:
Serão citadas ALGUMAS de suas obras, não todas, para não tornar a resenha maior.


Romances:

Perto do Coração Selvagem  Escuro (1961)

A Paixão segundo G.H. (1964)


Novela:


A hora da estrela (1977)

Contos:


Laços de família (1960)

A bela e a fera (1979)

Correspondência:

Cartas perto do coração (2001) - Organização de Fernando Sabino

Correspondência - Clarice Lispector (2002) - Organização de Teresa Cristina M. Ferreira

Crônicas:

Visão do esplendor - Impressões leves  (1975)

Para não esquecer (1978) - contos inicialmente publicados em Laços de família.

A descoberta do mundo (1984)

Entrevistas:

De corpo inteiro (1975)

Literatura  infantil:

O mistério do coelho pensante (1967) - Escrito em inglês e traduzido por Clarice

A mulher que matou os peixes (1968)

Antologias:

Seleta de Clarice Lispector (1975) - Organização de Renato Cordeiro Gomes

O primeiro beijo & outros contos, de Clarice Lispector (1991)

Aprendendo a viver (2004)


Livros publicados no exterior

Clarice Lispector tem seus livros publicados em diversos países do mundo: Alemanha, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos da América, França, Israel, Holanda, Inglaterra, Itália, Noruega, Polônia, Rússia, Suécia, República Tcheca e Turquia.


•Sobre o livro e suas características :  A descoberta do mundo 

 A descoberta do mundo é uma seleção de crônicas publicadas na coluna semanal que Clarice Lispector escrevia aos sábados, no Caderno B, do Jornal do Brasil, entre agosto de 1967 e dezembro de 1973. Nela, divagava sobre temas variados: da infância no Recife a uma passeata contra a ditadura nas ruas do Rio de Janeiro; a satisfação em receber o carinho dos leitores e as particularidades da sua vida familiar.Mostrando fortemente seus sentimentos acaba fazendo com que essas crônicas obtenham sucesso e se tornem em um livro espetacular.
Este livro possui 480 páginas e é dividido em capítulos com personagens específicos ou datas que marcaram sua vida, ou foram muito importantes (com grandes acontecimentos). Foi editado pela editora Rocco e possui um grande sucesso as pessoas que são muito ligadas a busca da identidade ou até que se identificam com ela, que era uma pessoa inquieta e sempre em busca de coisas novas.


Resumo:

A descoberta do mundo  é o primeiro trabalho de crônicas de Clarice. São contadas com personagens e pessoas que passaram por sua história, como suas empregadas: Aninha e Jandira, e uma jornalista, Cristina – pessoas próximas, e não cita seus sobrenomes –, são lembrados em passagens da memória de Clarice. O livro é dividido em dias, como se fosse um diário, mas sempre entre fatos reais e fictícios. Esta última, no entanto, revela com fidelidade as incertezas que cercavam sua misteriosa personalidade.

A vida cotidiana e os acontecimentos no Brasil daquela época continuavam a história. Em meio as mudanças permanentes que foram marca pessoal da autora, surgem importantes nomes da cultura brasileira e latino-americana. Em uma das crônicas, por exemplo, a atriz Fernanda Montenegro é elogiada por seu desempenho na peça "A volta ao lar", de 1967. Em outra, a autora conta como conheceu Chico Buarque, sem esconder que esse foi um momento especial: "Quando meus filhos souberem que eu o vi vão me respeitar mais.”.
Há ainda uma entrevista com o educador Alceu Amoroso Lima e uma pequena conversa com o poeta chileno Pablo Neruda, quando ele esteve no Brasil, em abril de 1969. Embora não seja romance, seu estilo habitual, este livro reflete da mesma maneira o pensamento agitado de Clarice Lispector. São pequenas confissões, cartas, histórias, "causos" da escritora que até hoje intriga profundamente os apaixonados por sua literatura, e até mesmo aqueles menos aficionados. Como poucos autores brasileiros – embora, no livro, ela se auto defina "um escritor, sem sexo ou com os dois, como outro em qualquer lugar do mundo", ela coloca em sua obra marcas extremamente pessoais, que, no entanto se confundem com os questionamentos de qualquer ser pensante.


•Citação do livro:

"O que eu sinto eu não ajo. O que eu ajo não penso. O que penso não sinto. Do que sei sou ignorante. Do que sinto não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse ".

•Recomendação e senso crítico:

Gente, eu recomendo esse livro, é demais. Você pode pensar que tem muitas páginas ou que deve ser chato por contar histórias de antigamente, mas ele te envolve. Quando você vai ver já está perto de acabar e você sente até falta... Pessoas que são interessadas em histórias passadas, sobre a vida e a essência humana ... Esse livro vai fazer muito bem! Esse livro possui uma linguagem muito rebuscada, aliás, todas as obras dela (Clarice Lispector)  possui uma linguagem muito difícil. As vezes essa linguagem acaba tornando difícil a leitura. Mas, nada disso deixou de tornar o livro a maravilha que é ... SUPER RECOMENDADO !

Por: Isabelle Fischer.
Número: 14




quarta-feira, 20 de abril de 2011

RESENHA DO LIVRO DE GRACILIANO RAMOS VIDAS SECAS.

No livro Vidas Secas de Graciliano Ramos conta a história de uma família de retirantes, que estão fugindo da seca do sertão nordestino. Fabiano o pai, Sinhá Vitória a mãe, os dois filhos do casal, filho mais novo e filho mais velhos assim chamados, a cachorra baleia que é tratada como gente e um papagaio que foi morto para matar a fome da família. Essa família por sua vez sempre sofreu, passando fome, tristeza e muita necessidade.
Após terem caminhado muito, todos estavam muito famintos e cansados e também estavam todos magros, com rachaduras nos pés, e com vários ferimentos causados pela viagem cansativa e pela seca. Depois de caminharem bastante, eles chegam a uma fazenda e ali ficam. Fabiano e sua família se apossaram da casa, pois não tinham onde ficar. O dono da fazenda aparece e expulsa-os de lá, mas Fabiano implora para o fazendeiro para trabalhar na fazenda. O fazendeiro aceita, e agora Fabiano é um vaqueiro. Certa ocasião Fabiano vai até a cidade para compras,mas a acaba jogando baralho com um soldado que o convida, mas Fabiano acaba discutindo com o soldado e é levado pra a cadeia. Depois de solto Fabiano continua levando a sua vida na fazenda.
A seca atinge a fazenda e faz com que toda a família se desanime,mas eles decidem fugir novamente, so que dessa vez para o sul, em busca da cidade grande. Partiram com a esperança de uma vida nova,e também espectativa de que os meninos pudessem estudar.
Esse fato nos mostra como a sociedade é injusta, como as pessoas um ‘pouco mais espertas’ recriminam o pobre, o cidadão sem estudo. Pensam que são maiores, poderosos e se aproveitam da situação.
O alagoano Graciliano Ramos nasceu em 27 de outubro de 1892 na pequena cidade de Quebrangulo. Lançou várias obras como: Dois dedos, A terra dos meninos pelados, Viajem.
Nome: Gabriel da Silva Ferreira

terça-feira, 19 de abril de 2011

AVISO !

Gente,
o professor de química mandará um documento para o imail da turma. Quem estiver interessado, só ir lá. O imail é o mesmo do blog.
Só pra não prejudicar ninguém, postei aqui !

Por : Isabelle Fischer !

Clarice Lispector - Resenha do Livro, Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres

Clarice Lispector, nascida Haia  10 de dezembro de 1920 sua morte  Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977 foi uma escritora e jornalista brasileira, nascida na Ucrânia.

De origem judaica, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. A família de Clarice sofreu a perseguição aos judeus, durante a Guerra Civil Russa de 1918-1921. Seu nascimento ocorreu em Chechelnyk, enquanto percorriam várias aldeias da Ucrânia, antes da viagem de imigração ao continente americano. Chegou no Brasil quando tinha dois meses de idade.


Clarice Lispector começou a escrever logo que aprendeu a ler, na cidade do Recife, onde passou parte da infância. Falava vários idiomas, entre eles o francês e inglês. Cresceu ouvindo no âmbito domiciliar o idioma materno, o iídiche.

Suas Obras:

Romance

    Perto do Coração Selvagem (1944)
    O Lustre (1946)
    A Cidade Sitiada (1949)
    A Maçã no Escuro (1961)
    A Paixão segundo G.H. (1964)
    Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres (1969)
    Água Viva (1973)
    A Hora da Estrela (1977)
    Um Sopro de Vida (pulsações) (1978)


 Conto

    Alguns Contos (1952)
    Laços de Família (1960)
    A Legião Estrangeira (1964)
    Felicidade Clandestina (1971)
    A Imitação da Rosa (1973)
    A Via Crucis do Corpo (1974)
    Onde Estivestes de Noite (1974)


Crônica
 
    Visão do Esplendor (1975)
    Para não Esquecer (1978)


 Entrevistas

    De Corpo Inteiro (1975)

Literatura infantil

    O Mistério do Coelho Pensante (1967)
    A Mulher que Matou os Peixes (1968)
    A Vida Íntima de Laura (1974)
    Quase de Verdade (1978)


 Obras póstumas

    A Bela e a Fera (1979) – reunião de contos inéditos escritos em épocas diferentes
    A Descoberta do Mundo (1984) – seleção de crônicas publicadas em jornal entre agosto de 1967 e dezembro de 1973
    Como Nasceram as Estrelas (1987) – contos infantis
    Cartas Perto do Coração (2001) – cartas trocadas com Fernando Sabino
    Correspondências (2002)
    Aprendendo a Viver (2004) – seleção de crônicas publicadas em jornal entre agosto de 1967 e dezembro de 1973
    Outros Escritos (2005) – reunião de textos de natureza diversa
    Correio Feminino (2006) – reunião de textos publicados em suplementos femininos de jornais, nas décadas de 1950 e 1960
    Entrevistas (2007) – seleção de entrevistas realizadas nas décadas de 1960 e 1970
    Minhas Queridas (2007) – correspondências
    Só para Mulheres (2008) – reunião de textos publicados em suplementos femininos de jornais, nas décadas de 1950 e 1960


Resenha do Livro "Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres".


Baseia-se na história de Loreley professora primária que passa a viver no RJ após sair da casa de seus pais, em Campos. De família rica, com quatro irmãos homens, tinha suas regalias por ser a única filha mulher.
Ela conhece Ulisses, professor de filosofia, numa noite em que esperava um táxi e ele lhe ofereceu carona. A partir daí, após ter tido outras experiências amorosas, esta era realmente verdadeira. Ela amava pela primeira vez e tinha que passar por este processo de aprendizagem desse novo sentimento, o qual ela tinha de aceitar.
É o último romance de Clarice Lispector que trata do mundo puramente feminino, pelo menos na superfície e no qual, significativamente, a protagonista avançou anos em relação direta com a autora.
Tem um título quase documentário: 'Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres'. A obra esmiúça as dúvidas e anseios de Lóri, que pela primeira vez experimenta o amor e o prazer, mas tem medo de perder a própria identidade no processo. O processo, naturalmente, é a sua lenta e não raro, solitária aprendizagem, através da qual ela logra com sucesso sintetizar os extremos antes irreconciliáveis de independência (sua vida pessoal) e dependência (o amor ou o vínculo matrimonial).
 

Aluna: Joana Milanez 
nº16





segunda-feira, 18 de abril de 2011

Resenha : A Hora da Estrela-Clarice Lispector

A Hora da Estrela
Clarice Lispector





O livro conta a história dos últimos dias de vida da jovem de 19 anos, Macabéa ,vinda de Alagoas para o Rio de Janeiro, onde vivia com mais quatro colegas de quarto, além de trabalhar como datilógrafa (péssima, por sinal).
Relata a vida triste e sem perspectiva desta moça que pontua sua vida de solitário e silencioso desespero com as informações do Você Sabia? da rádio Relógio, sinistro metrônomo a comandar o ritmo inútil de seus últimos dias de vida.
metrônomo:Instrumento que marca o andamento de uma peça musical.


Macabéa é uma mulher comum, para quem ninguém olharia, ou melhor, a quem qualquer um desprezaria: corpo franzino, doente, feia, maus hábitos de higiene.
não sabe quem é, o que a torna incapaz de impor-se frente a qualquer um. Começa a namorar Olímpico de Jesus, nordestino ambicioso, que não vê nela chances de ascensão social de qualquer tipo. Ele abandona ela pra ficar com a Gloria, colega de trabalho de Macabéa. Afinal, o pai dela era açougueiro, o que lhe sugeria a possibilidade de melhora financeira.
Triste Macabéa busca consolo na cartomante, que prevê que ela seria, finalmente, feliz... a felicidade viria do “estrangeiro”. De certa forma, é o que acontece: ao sair da casa da cartomante, Macabéa é atropelada por Hans, que dirigia um luxuoso Mercedes-Benz. Esta é a sua “hora da estrela”, momento de libertação para alguém que, afinal, “vivia numa cidade toda feita contra ela”.
Felicidade? Para Macabéa parece que isto não lhe é permitido, pelo menos em vida. Quem era? Jamais soube, pois "se tivesse a tolice de se perguntar, cairia estatelada e em cheio no chão. É que 'quem sou eu?' provoca necessidade. E como satisfazer a necessidade? Quem se indaga é incompleto". A alagoana chega a ser "tão tola que às vezes sorri para os outros na rua. Ninguém lhe responde ao sorriso porque nem ao menos a olham".


Os primeiros aspectos definidores de Macabéa são os de sua modesta origem social (“Como a nordestina, há milhares de moças espalhadas por cortiços, vagas de cama num quarto, atrás de balcões trabalhando até a estafa”). Órfã, criada por um tia repressora, ela é feia, virgem, gosta de coca-cola, passa um pouco de fome e trabalha como datilógrafa no Rio de Janeiro. No entanto, o aspecto predominante de sua medíocre personalidade é o seu despreparo para a vida inteligente. É tão tola que sorri para as pessoas na rua, mas ninguém lhe responde ao sorriso porque sequer a olham. Sua própria cara expressa tanta pobreza mental que parece pedir para ser esbofeteada. Em síntese, trata-se de um ser ínfimo, de uma “alma rala”.
A principal característica de Macabéa é a sua completa alienação. Ela não sabe nada de nada.
A palavra realidade não lhe dizia nada. (...)
Ela somente vive, inspirando e expirando, inspirando e expirando. (...)


Nenhuma coisa importante jamais acontecera em sua vida:
Mas vivia em tanta mesmice que de noite não se lembrava do que acontecera de manhã. (...).
Domingo ela acordava mais cedo para ficar mais tempo sem fazer nada. (...)
A sua inconsciência não resulta apenas da ignorância do mundo. Ela se desconhece: “Quando acordava não sabia mais quem era”. Às vezes, diante do espelho, não se enxergava, como se a sua tivesse sumido. A todo instante, Rodrigo S. M. registra a alienação de Macabéa, a sua incapacidade de percepção. Por isso, a jovem nordestina vive a dimensão do não-ser.


Se tivesse a tolice de se perguntar “quem sou eu” cairia estatelada no chão (...)
Só uma vez se fez uma trágica pergunta: quem sou eu. Assustou-se tanto que parou completamente de pensar. (...)
“Essa moça não sabia que ela era o que era, assim como um cachorro não sabe que é cachorro. Daí não se sentir infeliz. A única coisa que queria era viver. Não, sabia para quê, não se indagava. (...)
Sua vida era uma longa meditação sobre o nada. Só que precisava dos outros para crer em si mesma, senão se perderia nos sucessivos e redondos vácuos que havia nela. (...)
Encontrar-se consigo própria era um bem que até então ela não conhecia.(...)


Vanessa Flôres Lima nº:28 T:3006