segunda-feira, 25 de abril de 2011

Laços de Família - Clarice Lispector

  Laços de Família é um dos contos da escritora brasileira Clarice Lispector, com edição em 1960. O livro traz 13 contos: Devaneio e embriaguez duma rapariga, Amor, Uma galinha, A imitação da rosa, Feliz aniversário, A menor mulher do mundo, O jantar, Preciosidade, Os laços de família, Começos de uma fortuna, Mistério em São Cristóvão, O crime do professor de matemática, O búfalo.

Um pedacinho do livro

   Amor - Ana, uma mulher casada, pacata e mãe de dois filhos, tinha uma vida doméstica muito calma, donde cuidava dos seus com o esmero e amor típicos de uma pessoa fraterna e sensível, como uma maneira de ocupar o tempo e fugir de si mesma. Nota-se, pois, que não está feliz. Numa tarde, enquanto todos estavam ausentes, resolve fazer compras. No caminho de volta, no bonde, uma cena inusitada ocorre: vê um cego mascando chiclete. Esse ato maquinal feito na escuridão talvez possa ser comparado ao estilo de vida da protagonista. Com certeza, foi um detonador de desequilíbrio na existência insossa da personagem, o que fica simbolizado no tranco que o bonde dá, provocando a queda de suas compras. Tão atrapalhada a personagem fica, que desce no ponto errado. Dirige-se ao Jardim Botânico. É o momento e o lugar de sua epifânia. Diante das árvores, sua emoção é muito grande. Esses vegetais davam frutos, mas também eram sugados por parasitas, o que lhe deu um incômodo nojo (seria uma metáfora de sua condição feminina?). Perde tanto a noção do tempo que, quando se lembra de que tinha uma família para cuidar, descobre que o parque estava fechado com ela dentro. Enquanto se esforça para encontrar alguém que lhe permitisse a saída, realiza uma inversão de valores. Se antes achava anormal, loucura um cego mascando chiclete, agora é o seu próprio estilo de vida, de dona de casa, mergulhado em rotinas domésticas, que se torna uma loucura. Consegue voltar, dedicando-se ao seu marido e aos seus filhos. Ama-os, mas agora de uma forma incomodante; ama-os sentindo até nojo.


Reflexão sobre o livro

   A maioria dos protagonistas do conto são pessoas comuns abaladas por uma manifestação de emoções durante suas atividades do cotidiano. O livro parece refletir as experiências da própria autora na época. Como o próprio título sugere, as personagens de Laços de Família são na sua maioria donas de casa lutando para balancear as exigências do casamento e da família com uma vida menos controlável e selvagem.

Ao meu ver - Kariny Martins

 É interessante o tema do livro que traz todo sentido. "Laços de família", são os laços posto pelas próprias famílias no dia-a-dia, como as obrigações, as tarefas, o peso de ser mãe de família ou até mesmo o pai, porque a escritora mostra mais o lado das mulheres. O tédio que as pessoas sentem por levarem uma vida monótona de sempre fazerem as mesmas coisas e ficarem presas no seu mundo, na verdade esquecendo de conhecer o outro lado do seu mundo que é viver. Então, confesso que gostei muito das partes que li do livro, porque gostei da forma como a escritora colocou sua visão feminista e seus sentimentos feministas, e de como as vezes não enxergamos como o dia passou, e o que fizemos? Nada.


Kariny Martins, n° 19


Resenha do livro `Dona Flor e Seus Dois Maridos` de Jorge Amado

 D. Flor e seus dois maridos (1967), permanece um romance atual e lido com prazer, pois reúne dois dos temas caros ao leitor: a boa mesa e a boa cama. Florípedes, a D. Flor do título, professora de culinária da escola Sabor & Arte (que se transforma malandramente no trocadilho saborear-te) perde seu marido Vadinho, malandro incorrigível, em pleno domingo de Carnaval. De luto fechado, recorda os altos e baixos desse relacionamento - que o leitor vai conhecendo em feedback. Mas, como ainda é jovem e bonita, desperta a atenção do corretíssimo farmacêutico Teodoro, com quem se casa. As diferenças entre os maridos são gritantes: se com Vadinho tudo era "louca vadiação", com Teodoro o sexo é regular e bem comportado; se com Vadinho o que sentia era emoção e insegurança, com Teodoro a solidez traz uma ponta melancólica de tédio. Até que o fantasma de Vadinho se intromete na cama de D.Flor e de Teodoro. Fantasia, saudades, o romance não parece procurar respostas excludentes. Ao contrário, D. Flor é um livro que resolve, ou dissolve, o impasse do triângulo amoroso na possibilidade ambígua e inclusiva de dois amores para a desmedida do desejo humano. Numa leitura mais sociológica, a história de D.Flor aponta para o caráter complexo e contraditório da cultura nacional. Assim surge das páginas de Jorge Amado um Brasil rico em aspectos divergentes: país da abundância (as receitas baianas são um atrativo à parte) e da falta (a população pobre das ruas da Bahia), do erotismo desataviado, mas também do preconceito e da hipocrisia, país da cordialidade e da crueldade, da ordem e da desordem. 



Jorge Leal Amado de Faria (Itabuna, 10 de agosto de 1912 — Salvador, 6 de agosto de 2001) foi um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos.
Ele é o autor mais adaptado da televisão brasileira, verdadeiros sucessos como Tieta do Agreste, Gabriela, Cravo e Canela e Teresa Batista Cansada de Guerra são criações suas, além de Dona Flor e Seus Dois Maridos. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras adaptações para cinema, teatro e televisão, além de ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil. Seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49 idiomas, existindo também exemplares em braille e em fitas gravadas para cegos.
Amado foi superado, em número de vendas, apenas por Paulo Coelho mas, em seu estilo - o romance ficcional -, não há paralelo no Brasil. Em 1994 viu sua obra ser reconhecida com o Prêmio Camões, o Nobel da língua portuguesa.


Karine Souza Bastos nº 18

VIDAS SECAS- ESCRITO POR Graciliano Ramos


A HISTÓRIA INICIOU-SE EM 1940 COM UMA FAMÍLIA POBRE DO SERTÃO NORDESTINO EM BUSCA DE UM LUGAR PARA SOBREVIVER. O CHEFE DA FAMÍLIA FABIANO, SUA MULHER VITÓRIA, SEUS DOIS FILHOS E O CACHORRO BALEIA ENCONTRAM-SE EM UMA CASA PARA PASSAREM A NOITE. JÁ QUE ELA ESTAVA ABONDONADA. DEREPENTE CHEGA O DONO DA FAZENDA E COMEÇA A EXPULSAR A FAMÍLIA DO LUGAR. FABIANO EMPLORA TRABALHO E ACABA FICANDO NA FAZENDA PARA TRABALHAR.
UM ANO DEPOIS FABIANO, JÁ ERA EMPREGADO DA FAZENDA ELE CUIDAVA DOS ANIMAIS COMO VAQUEIRO, PORÉM NÃO RECEBIA UM SÁLARIO SUFICIENTE. MAS AO RECLAMAR COM O PATRÃO TEVE QUE SE CALAR, POIS SABIA QUE ESSE TAL AUMENTO NÃO PODERIA SER REALIZADO.
COM UMA RAIVA EM SEU PEITO PELO SEU PATRÃO ESTA LHE ROUBANDO O ÚNICO SÁLARIO RESOLVE IR EMBORA COM A SUA ESPOSA E SEUS DOIS FILHOS; O CACHORRINHO POR ESTAR DOENTE POR CAUSA DO SERTÃO É MORTO PELO SEU DONO, PARA QUE O TAL NÃO MAIS SOFRECE.
E ESSA É A REALIDADE DE MUITAS PESSOAS, FICAM VAGANDO PELOS ESTADOS, CIDADES PARA CONCEGUER UM BOM REQUIRIMENTO; E A POBREZA NEM SEMPRE AJUDA, SIMPLESMENTE DEIXA COM QUE MUITOS DE NÓS DESISTEMOS DA NOSSA PRÓPRIA VIDA. ESSA É UMA DAS HISTÓRIAS QUE NO DIA DE HOJE É RETRATADA

JÉSSICA CAROLINE

Raviny Lopes: Resenha do livro 'Macunaíma' de Mário de Andrade:



        Mário de Andrade publicou macunaíma, o herói sem nenhum caráter em 1838. Por falta de editora, a tiragem do romance foi de oitocentos exemplares, mas o livro foi festejado pela crítica modernista por sua invocação narrativa e de linguagem. Poeta contista, romancista, cronista e crítico de arte, o escritor iniciou sua carreira em 1917.
        As margens do rio Uraricoera, na floresta amazônica, nasceu Macunaíma, um índio negro da tribo dos Tapanhumas. Desde cedo o "herói da nossa gente" se mostrou diferente dos outros heróis: preguiçoso, egoísta, safado, inteligente, capaz de exercerinfluência sobre todos a sua volta. A história de macunaíma começa quando ele perde seu muraquitã, um amuleto de pedra que havia ganhado de Ci, a mãe do mato. Acompanhado de seus irmãos Moanape e Jiquê, o herói viaja para o Sul atrás do amuleto que estava em poder do fazendeiro peruano Venceslau. Encantado com a civilização Macunaíma ele se vê dividido entre seu reino e São Paulo.
       O livro é composto por dezessete capítulos. . Recorrendo a leitura deste livro, ele retrata de uma parte da história do Brasil, da viagem de macunaíma por algumas regiões do "heroísmo"; das aventuras, das grandes travessuras do negrinho do mato.
      Macunaíma foi escrito por Mário de Andrade em 1938, que foi poeta, cronista, romancista. O escritor iniciou sua carreira  em 1917 com o livro "Há uma gota de sangue em cada poema".

Raviny Lopes, n°24 - turma 3006

domingo, 24 de abril de 2011

Resenha - Laços de Família - Clarice Lispector

Laços de Família – Clarice Lispector


Coletânea de contos

i. Devaneio e embriaguez duma rapariga

ii. Amor

iii. Uma galinha

iv. A imitação da rosa

v. Feliz aniversário

vi. A menor mulher do mundo

vii. O jantar

viii. Preciosidade

ix. Os laços de família

x. Começos de uma fortuna

xi. Mistério em São Cristóvão

xii. O crime do professor de matemática

xiii. O búfalo

Clarice Lispector (1925-1977) foi uma das mais importantes contista, cronista e romancista da literatura brasileira. Nasceu na atual Ucrânia e mudou-se para o Brasil ainda criança. Aos 12 anos saiu do Recife para morar no Rio de Janeiro e cursar o secundário. Mas sua história com a escrita começou muito antes: com sete anos já mandava contos para o seminário infantil, porém, sempre eram recusados. Foi ainda estudante que escreveu seu primeiro romance, que recebeu o título Perto do Coração Selvagem.

Lispector tem uma prosa introspectiva e intimista. Seu principal interesse não está no desenvolvimento do enredo em si, mas sim no impacto que as situações inesperadas causam no interior das personagens.

O livro “Laços de Família”, coletânea de 13 contos da autora, é um bom exemplo dessa característica. Cada capítulo apresenta um conto onde as personagens são sempre surpreendidas por situações que abalam suas rotinas. Através do dia- a- dia de uma dona de casa ela trata da solidão, da morte e da falta de comunicação entre as pessoas (“Devaneio e embriaguez duma rapariga”, “O Amor”, “A Imitação da Rosa”); a festa de 89 anos de uma matriarca serve como pano de fundo para uma tragédia familiar (“Feliz Aniversário”); a natureza mais selvagem da mulher, muitas vezes reprimida, é retratada nos contos “Preciosidade” e “O Búfalo”; o abandono e a morte de um animal servem para analisar a crise de consciência de um comum professor de matemática.

As histórias das personagens criadas por Clarice Lispector nos servem como uma lição, pois são personagens comuns que se vêem em situações que qualquer pessoa viveu, vive ou poderá viver. São histórias que todos deveríamos ler, porque em algum momento de nossas vidas essas personagens serão como nosso reflexo no espelho.




Raissa Magna Alves nº.: 23 Turma:3006

Perfil - Raissa


Olá, meu nome é Raissa, tenho 17 anos, sou filha única e a noiva do Angello. Acredito em Deus e confio que cada passo que dou é porque Ele permite que seja assim.


Estou no CEWO desde o 1º ano e, no início, estudava à tarde.

No período da tarde a escola é diferente, depois de certa hora, fica triste.

No 2º ano entrei em minha turma atual, bem divertida e por mais que cada um tenha seu grupo, no final, todos são bem unidos.

Sou uma pessoa bastante extrovertida, sincera, amiga e bem otimista. Penso que tudo pode ser possível quando temos fé. Para mim, só vive realmente a vida quem realiza pelo menos um sonho.

Por ser uma pessoa bem positiva, gosto de estar ao lado de pessoas bem alto astral, que crêem que seus sonhos vão se realizar, mesmo que tudo seja contrário.

Sou Flamenguista doente, apaixonada por música, animais e principalmente pela minha cachorra Mel, amo incondicionalmente minha família e meu Angello.

“Procuro viver intensamente cada momento de minha vida.”



Fim!

Amanda moraes: Resenha do livro ´A maçã no escuro` de Clarisse Lispector.

                                   


 O livro a ´maçã no escuro` de Clarice Lispector, me emocionou muito porque Clarice Lispector faz crer que sim, transformando o atordoado Martim em um novo homem após ter supostamente assassinado a mulher. Fugindo do crime, Martim acaba descobrindo-se como homem, desprezando os antigos valores estabelecidos em sua vida. Na corrida por uma nova existência, ele se revela numa outra condição.

Sua fuga, em vez de isolá-lo, remonta à criação do homem, de um novo ser surgido do nada. A narrativa, próxima da criação bíblica, em vez de julgar os personagens culpados ou inocentes, faz deles aprendizes do mundo, onde cada etapa funciona como uma gênese de um ser recém-criado.

Mas é a natureza, com a qual Martim passa a conviver de forma mais acentuada ao chegar à fazenda de Vitória, que se transforma em pano de fundo da diferenciação e da combinação entre o homem e o animal, das atitudes racionais contra os atos impensados. No contato com a dona da fazenda, sua prima viúva Ermelinda e a cozinheira mulata, Martim se envolve não numa relação de antítese entre homem e mulher, mas na descoberta de pessoas complementares e ambíguas, dominantes e dominadas que invertem seus papéis a todo momento.

Clarice Lispector coloca-se na narrativa como um espectador capaz de alterar os destinos dos personagens. Agindo como um Deus, a autora muitas vezes abandona as características próprias de cada um deles para fazer uma descrição própria de seus papéis na história maior contada no livro: a vida, a criação, a dor e o prazer de ser. E se por um lado o leitor fiel de Clarice pode estranhar que a figura principal deste livro seja um homem - é Martim, o herói-vilão, estopim de mudanças em si e nos outros -, ao mesmo tempo acabará identificando nele uma característica comum aos protagonistas da autora: um profundo mergulho em seus próprios valores, a visão ensimesmada da existência, que os aproxima e os iguala em grau, sofrimento e gozo a qualquer pessoa.

Os três capítulos que formam A Maçã no Escuro, escrito de 1951 a 1961, quando foi publicado, mostram de forma gradativa o pecado, ato impensado, e a redenção, o surgimento de um outro, como elementos primordiais de evolução do ser. A análise profunda que Clarice impõe nada mais é que o exercício do pensamento: o diferencial do homem, que mata, morre e ressuscita, ressurgido a cada momento.


Biografia Clarice Lispector

Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.

Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).

Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo.

Escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinqüenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".

    Obras de Clarisse Lispector:

      Romance

      Conto

      Crônica

      Entrevistas

      Literatura infantil

      Obras póstumas

Coletâneas de contos, crônicas ou entrevistas organizadas e publicadas postumamente


                                                        Amanda Moraes; número: 01; turma: 3006